Crime
Munições são encontradas em casa de brasileiro preso por atentado
Fernando atirou contra Cristina Kirchner, mas arma falhou
A Polícia Federal Argentina (PFA) apreendeu nesta sexta-feira (2) na casa do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, preso por ser o responsável pelo atentado contra a vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner, 100 balas de calibre 9 milímetros.
A informação foi divulgada pelo jornal "La Nación", que acompanha diretamente as investigações. Fernando, que nasceu no Brasil e é filho de mãe argentina e pai chileno, morava em um apartamento alugado de um cômodo em San Martín, localizado na Grande Buenos Aires.
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O suspeito estava no local havia oito meses. O espaço tem apenas 15 metros quadrados e fica nos fundos de um terreno onde o dono do imóvel mora. Segundo o jornal argentino, a casa tinha um vaso sanitário entupido, pia quebrada, panelas sujas, pilhas de cobertores e roupas, além de utensílios para práticas sexuais, como vibradores e um chicote de couro.
"O mais surpreendente, além do cheiro e da sujeira, é a quantidade de utensílios fetichistas. Não tínhamos ideia dessa faceta dele”, comentou Fabrício Pierucchi, melhor amigo de Sérgio Paroldi, dono do imóvel.
Segundo Paroldi, Fernando era um homem educado e respeitava as pessoas, mas não tinha muita vida social. Às vezes, ele era visto com uma mulher ruiva, a qual o dono do imóvel pensou que era uma namorada. Sabag Montiel foi indicado por um casal para alugar a casa no terreno de Paroldi.
Tatuagens nazistas
Fernando Montiel tem uma tatuagem de um sol negro, um símbolo nazista, em seu braço. A figura é uma junção da roda solar, a suástica e a runa da vitória, uma letra do alfabeto usado pelas antigas tribos germânicas.
O símbolo chegou ao nazismo por causa de Heinrich Himmler, principal chefe da SS, uma organização paramilitar a serviço de Adolf Hitler. Himmler buscava ligações místicas como justificativa racista para o seu governo. Os seguidores do militar pensavam que a figura do Sol Negro representava a sabedoria e a força da raça ariana.
As investigações também apontam que Fernando era seguidor de grupos como o 'comunismo satânico' e outros ligados ao 'radicalismo e ao ódio'.
O brasileiro trabalhava como motorista de aplicativo na Argentina e já recebeu uma advertência depois de ter sido detido em março de 2021 por porte ilegal de arma. O homem levava uma faca de 35 centímetros de comprimento. Na época, ele alegou que o objeto era para "defesa pessoal".
O atentado
Fernando Montiel foi preso na noite desta quinta-feira (1) depois de tentar assassinar Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina, em Buenos Aires, na frente da casa da política. O homem conseguiu passar pelos seguranças e apontar uma arma para a cabeça da mulher.
Ele tenta atirar, mas a arma falha. A polícia o deteve rapidamente.
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