USP
Manifesto em defesa da democracia é lido em São Paulo
Presidente Bolsonaro criticou medida
A Faculdade de Direito da USP, Universidade de São Paulo, é palco nesta quinta-feira (11) da leitura de um manifesto em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro.
O documento é lido pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello em evento no Pátio das Arcadas do Largo São Francisco, mesmo espaço onde, em 1977, o jurista e professor Goffredo da Silva Telles Jr. marcou a luta contra a ditadura militar lendo a Carta aos Brasileiros.
Com o título Em Defesa da Democracia e da Justiça, o manifesto exalta a força do regime de governo brasileiro e destaca a importância das instituições, em especial o Poder Judiciário e a Justiça Eleitoral.
“Nossa democracia tem dado provas seguidas de robustez”, enfatiza a carta. “Em menos de quatro décadas, enfrentou crises profundas, tanto econômicas, como períodos de recessão e hiperinflação, quanto políticas, superando essas mazelas pela força de nossas instituições”, diz o texto.
Sem citar nomes, o documento denuncia que o Brasil passa “por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições” e critica “os ataques infundados e desacompanhados de provas” que questionam o resultado das eleições.
Após a divulgação do manifesto, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, (PP-PI) chegou a escrever no Twitter que a carta ataca o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). E criticou o teor do documento.
Chamado de Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!, o manifesto foi assinado por banqueiros, empresários, economistas, artistas, políticos, escritores, jogadores de futebol, ex-ministros, professores da USP e advogados.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição em outubro, voltou a criticar na última segunda-feira (8) a divulgação de cartas para defender a democracia, afirmando que "cartinha" todo mundo faz.
Em discurso durante encontro com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Bolsonaro afirmou que quem deseja democracia precisa senti-la, e não assinar "cartinha".
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