Rede criminosa
Influenciadoras são presas por divulgar ‘vape' de maconha
Operação prendeu um total de sete pessoas em SP, Rio e DF
Policiais civis do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo desmantelaram uma rede criminosa especializada na venda ilegal de óleo de maconha para uso em cigarros eletrônicos, os "vapes". Na operação realizada nesta quarta-feira (24), sete pessoas foram presas, incluindo três influenciadoras digitais e o administrador do site online.
De acordo com a Polícia Civil do Rio, um homem era encarregado de criar e administrar os sites na internet e perfis em redes sociais que o grupo usava para vender o óleo de cannabis e os cigarros eletrônicos para consumo da substância. Ele foi preso em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A investigação revelou ainda que as influenciadoras recebiam dinheiro para promover produtos de óleo de cannabis, que eram vendidos online como “diferentes genéticas de maconha”. No entanto o entorpecente estava misturado a solventes e aromatizantes, sendo comercializado de forma enganosa.
Os suspeitos abriam contas bancárias fraudulentas em nomes de terceiros, burlando tecnologias de reconhecimento facial. Também criavam empresas fantasmas e usavam documentos falsos para tentar impedir que as autoridades públicas identificassem a existência do golpe.
Duas pessoas apontadas como líderes do suposto esquema não foram localizadas e seguem foragidas. As prisões têm caráter preventivo. A ação, batizada de ''Operação Refil Verde', foi coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal, no âmbito da Operação Narke, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Produto era transportado dos EUA
O grupo adquiria o óleo de maconha de fornecedores dos Estados Unidos, que chegava ao Brasil pelo Paraguai, sendo transportado em potes de cera de depilação.
Em seguida, a droga era manipulada em Foz do Iguaçu (PR) e colocada em refis de cigarros eletrônicos. Alguns componentes dos cigarros tinham origem na China e no Rio de Janeiro e eram personalizados com a logomarca da quadrilha.
As influenciadoras detidas foram identificadas como promotoras dos produtos ilegais nas redes sociais. Rhaynara Didoff, com quase 40 mil seguidores no Instagram, Elisa Marden, com mais de seis mil, e Letícia Castro, que publicava imagens utilizando o produto em praias, são acusadas de participar ativamente da divulgação e venda dos produtos.
Funções 'terapêuticas' para os produtos
Os líderes da organização, sediados no interior de São Paulo, operavam remotamente para garantir a segurança das transações e evitar rastreamento. O delegado Rogério Henrique de Oliveira destacou que o grupo alegava funções “terapêuticas” para os produtos, caracterizando uma falsa propaganda.
O grupo responderá pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsificação de documento público e uso de documento falso. A operação contou com o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão em três estados brasileiros.
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