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    Inflação em alta e crise: como está a Argentina campeã do mundo?

    Título pode amenizar situação do país em meio aos problemas

    Publicado 20/12/2022 às 13:23 | Atualizado em 20/12/2022 às 13:42 | Autor: Manuela Carvalho
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    Argentinos celebram vitória
    Argentinos celebram vitória |  Foto: Divulgação / Fifa

    A tão sonhada taça de campeão do mundo pode trazer um pouco de alento e esperança aos argentinos. Em meio a uma das maiores crises econômicas do país nos últimos anos, não faltam episódios que evidenciam o grave problema que se instalou na terceira maior economia da América Latina.

    Acusações de corrupção, alta na inflação, dívidas externas e crises partidárias. O país pode atingir a inflação anual em 100,3% este ano, segundo uma pesquisa feita pelo banco central do país. A crise levou milhares de argentinos às ruas, que manifestaram seus descontentamentos com a falta de ações para combater os altos índices dos juros. 

    Os números de desempregados no país já chegaram a 7%, além disso, cerca de 35% da população vive abaixo da linha da pobreza. 

    Resposta inusitada

    Em meio ao caos do país, a ministra do Trabalho da Argentina, Kelly Olmos, foi questionada sobre o que preferia: reduzir a inflação ou conquistar a Copa do Mundo. A resposta surpreendeu.

    "Depois seguimos trabalhando com a inflação, mas primeiro que ganhe a Argentina. Eu acho que é preciso trabalhar o tempo todo pela inflação, mas um mês não vai ser uma grande diferença. E do ponto de vista emocional, do que significa para os argentinos e argentinas, queremos que a Argentina seja campeã", afirmou.

    Dias depois, ela chegou a se retratar sobre a fala: "Quero pedir desculpas. Não quis dizer que estaremos um mês parados vendo a Copa sem fazer nada pela inflação. Apenas disse que significará algo importante emocionalmente para os argentinos que ganhemos a Copa. Nós trabalhamos todos os dias para reduzir a inflação".

    Atualmente, a Argentina conta com um plano econômico denominado 'Precios Justos', que pretende durar de dezembro de 2022 até março de 2023. Também foi estabelecido pelo ministro da economia Sergio Massa o congelamento de mais de 1,5 mil itens básicos.

    Trégua

    Enquanto Messi e os jogadores rumavam para o título, a esperança e torcida dos argentinos conseguiram acalmar os ânimos do país. 

    As batalhas partidárias e até mesmo a inflação pareceu dar uma trégua, já que os índices começaram a baixar pela primeira vez depois de 9 meses sem nenhuma queda.

    Até mesmo a condenação da vice-presidente Cristina Kirchner a 6 anos de prisão e o distanciamento do presidente Alberto Fernández deixou de ser o principal assunto. 

    "São exemplo de que não devemos abaixar os braços, que temos um grande povo e um grande futuro", publicou Fernández nas redes sociais após a vitória.

    O espírito de união que tomou conta dos corações argentinos, transformou a disputa pela taça em um 'bote salva vidas' em meio a turbulências que ainda não possuem previsão de fim. 

    Tentativa de assassinato

    Cristina Kirchner sofreu uma tentativa de assassinato em setembro deste ano. O homem, que tentou efetuar disparos contra a autoridade, era Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos que vive na Argentina.

    Ele estava armado com um revólver calibre 38, carregado com cinco balas, em frente a casa da vice-presidente. Kirchner acena para apoiadores quando Montiel tentou efetuar disparos, mas falhou. Os policiais federais que cuidam da segurança da política detiveram o homem rapidamente.

    Seleção não vai à Casa Rosada

    Mesmo com pressão do governo de Alberto Fernández, os jogadores bateram o martelo e decidiram não comparecer à Casa Rosada após a vitória. A decisão faz parte de uma iniciativa no qual a seleção deseja não politizar a conquista do mundial.

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