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    Frustração no mercado financeiro com nova onda de Covid-19 na Europa

    Publicado 28/10/2020 às 20:10 | Autor: Plantão Enfoco
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    Nova onda de Covid-19 assombra diferentes países do mundo e provoca pessimismo no mercado financeiro. Foto: EBC

    A tão esperada recuperação do mercado financeiro parece estar um pouco mais distante. Em setembro, o mercado que aparentava seguir o movimento de alta foi mais direcionado para a realização e correção e isso aconteceu por conta de alguns fatores: a vacina, que tinha previsão para o segundo semestre, ainda sem data; o número de casos do Covid-19 teve aumento relevante no continente Europeu; os dados em relação a atividade global são mais fracos; a incerteza em relação as eleições americanas e o pacote de estimulo fiscal.

    O mês de outubro se aproxima do final e a tão esperada vacina ainda não passa de especulação. O número de casos segue em alta e alguns países da Europa, em alguns lugares os índices diários superam os considerados na primeira onda de contaminação. Espanha, Itália, França, Irlanda, entre outros, estão adotando medidas mais restritivas para conter o avanço do vírus. Nesta terça (27) o Fundo Russo de Investimentos Diretos, que coordena a produção da vacina Sputnik V, registrou um pedido de aprovação emergencial a OMS, esse pedido ocorre depois do país registrar recorde no número de casos e mortes diárias e passa a obrigar o uso de máscara.

    A vacina russa teve esse batizado em homenagem ao primeiro satélite artificial do mundo lançado com seres vivos a voltar a orbita da terra a salvo. O Sputnik V foi lançado em 1960, no auge da Guerra Fria, pela União Soviética.

    Trump x Biden

    Além da pandemia que vivemos, os investidores seguem atentos para outros fatos relevantes, o principal deles atualmente, é a disputa entre Donald Trump e Joe Biden pela presidência da nação mais poderosa do mundo, os Estados Unidos. Falta aproximadamente uma semana para as eleições americanas e o mundo está ligado para saber quem será o vencedor.

    Republicanos e Democratas, que já estão discutindo em paralelo o pacote de estímulos à economia, disputam o governo no próximo dia 3 e o resultado interfere diretamente o mercado aqui no Brasil e em todo o mundo.

    O republicano, que busca se manter no mandato por mais quatro anos, segue uma linha mais voltada para a direita e com costumes conservadores e estilo populista, mais alinhado com o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Caso ele seja reeleito, a expectativa é que as relações com nosso país sejam mantidas, avancem e não passem por grandes mudanças e com isso, não deve refletir tanto no mercado financeiro por aqui. Já uma vitória do candidato democrata, Joe Biden, pode trazer maior volatilidade para o mercado.

    Biden foi vice-presidente de Barack Obama por oito anos e senador por 36 anos, o que o coloca como um candidato com ampla experiência política, além disso ele tem origem popular e defende pautas de meio ambiente e direitos humanos, com viés mais voltado para a esquerda, apesar de se posicionar em uma ala mais centrista.

    Risco

    A eleição impactara em todos os mercados mundiais, porem com um reflexo de como as bolsas dos EUA vão reagir. No mercado brasileiro, a principal questão será em relação ao câmbio. Caso aconteça uma mudança de governo, a tendência do dólar é mais inclinada para a queda, tendo em vista que o partido democrata pretende aumentar os gastos do governo e os impostos. Essa possível queda do cambio é interessante para os brasileiros, mas é importante nos atentar para os problemas locais, pois o real segue em desvalorização também, por conta principalmente do risco fiscal e político.

    O cenário doméstico segue com diversas incertezas em relação ao teto dos gastos e as questões fiscais e reviravoltas políticas. O novo programa social de distribuição de renda do Governo Federal, segue com algumas indefinições, principalmente pela restrição orçamentaria impostas pelo teto dos gastos, que impede a formação de nova despesa no orçamento do próximo ano. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 2% ao ano.

    Gabriel Magalhães é formado em Administração pelo IBMEC e especializações em negócios no Brasil e no Exterior, ele fala das tendências do mercado financeiro e dos altos e baixos da economia.

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