Polêmica
Foto como drag contradiz discurso conservador de brasileiro nos EUA
Suposta imagem do deputado foi revelada por outra drag nas redes
O deputado americano George Anthony Devolder Santos está envolvido em mais uma polêmica. Isso porque, em uma postagem nas redes sociais da drag queen Eula Rochard, na última quarta-feira (18), mostra George em uma parada LGBTQIA+ em Niterói no ano de 2008. George se diz abertamente gay, mas foi eleito nos Estados Unidos com discursos conservadores de extrema direita. O deputado negou que seja ele nas fotos.
Segundo Eula, ela conheceu George em 2005 e que ele frequentava sua casa diariamente. Logo depois, não teve mais notícias e soube que ele retornou ao Brasil novamente em 2008. Foi quando aconteceu a primeira parada do orgulho LGBTQIA+, em Niterói.
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Durante toda a sua campanha, o deputado americano se mostrava uma pessoa completamente diferente daquilo que ele pregava quando morava na Cidade Sorriso. Com falas extremamente discriminatórias, George adotou discursos de extrema direita - lado político que a pessoas LGBTQIA+ repudiam. Isso pegou muitas pessoas de surpresa, principalmente Eula Rochard.
Para oENFOCO, ela disse estar "completamente chocada" e que não teria porque mentir sobre essas informações. Na época em que residia no Brasil, George era visto frequentemente em eventos do orgulho gay e que ele era rodeado de pessoas de esquerda. Seu nome artístico durante as paradas era Kitara Ravache.
"A gente fica até surpreso com tudo isso. Ele até era gente boa, mas sempre foi mentiroso. Teve uma reportagem que vi na TV em que mostrava o George e logo reparei que conhecia ele de algum lugar. Daí, mandei mensagem em um grupo de amigos e comecei a procurar e achei um jornal com as imagens dele na Parada Gay. Inclusive, ele chegou a participar de concursos de beleza de drag queens no Rio e almejava ser Miss Gay Rio de Janeiro. Na época ele era conhecido como Anthony", afirmou Eula.
Ele até era gente boa, mas sempre foi mentiroso"
Após toda essa repercussão, George Santos negou ter sido drag queen e diz ser contra concursos de drag. Em suas redes sociais, ele disse que a informação é uma “obsessão” da imprensa e que "a mídia continua a fazer afirmações ultrajantes sobre minha vida enquanto estou trabalhando para entregar resultados”.
Polêmicas
Em abril do ano passado, o deputado americano postou um vídeo manifestando apoio a uma lei da Flórida que vetava as discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero em salas de aula do ensino fundamental. Ele também acusa os democratas de tentarem "assediar crianças".
"Como homem gay, tenho orgulho de não ensinar sexo ou orientação sexual a nossos filhos", dizia a legenda do vídeo.
Essa, porém, não é a única polêmica que George está envolvido. Mesmo sendo o primeiro membro abertamente gay do Partido Republicano, mesmo se declarando deputado conservador, a vencer as eleições para o Congresso, ele foi centro de um escândalo por falsificar seu currículo e várias investigações policiais. Ainda no Brasil, ele foi acusado de cometer estelionato.
The most recent obsession from the media claiming that I am a drag Queen or “performed” as a drag Queen is categorically false.
— George Santos (@Santos4Congress) January 19, 2023
The media continues to make outrageous claims about my life while I am working to deliver results.
I will not be distracted nor fazed by this.
Sigilo
A Justiça do Rio de Janeiro acatou o pedido e colocou sob sigilo uma denúncia de estelionato contra o deputado americano George Santos no Brasil. O político confessou à polícia que pagou por uma compra de roupas em uma pequena loja de Niterói, em 2008, com cheques furtados e sem fundo. O parecer favorável foi da juíza Clarice da Matta e Fortes, da 2ª Vara Criminal de Niterói.
O caso havia sido arquivado em junho do ano passado porque a Justiça não havia conseguido localizar George. Porém o Ministério Público Estadual pediu a reabertura da ação no começo deste mês, depois de o político filho de brasileiros ter sido eleito nos EUA e, em seguida, tido exposta em reportagem do jornal The New York Times uma série de mentiras em seu currículo.
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