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    Enem: escolas públicas se destacam por boas práticas

    Publicado 25/09/2019 às 12:03 | Autor: Plantão Enfoco
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    Ao todo, 100 escolas de um total de 5.042 se destacaram por boas práticas. Foto: Divulgação - Agência Brasil

    Diálogo e parceria entre professores e alunos, envolvimento da comunidade, dos pais e responsáveis nas atividades escolares, apoio das secretarias de educação, uso de dados e monitoramento da aprendizagem.

    Com essa estratégia, escolas públicas que atendem alunos de baixo nível socioeconômico se destacaram na Prova Brasil e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    As escolas foram identificadas no estudo “Excelência com Equidade no Ensino Médio: a dificuldade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas”, produzido pela Fundação Lemann, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Instituto Unibanco e Itaú BBA.

    Ao todo, 100 escolas de um total de 5.042 se destacaram por boas práticas. Nelas, pelo menos 95% dos alunos concluíram os estudos, o que mostra que conseguiram evitar que abandonassem as salas de aula.

    São escolas capazes de ofertar aos alunos boa base de conhecimentos, ajudá-los em projetos de vida, obtendo bons resultados em avaliações nacionais. Todas atendem a estudantes de baixo nível socioeconômico.

    Quatro estados despontaram na lista com o maior número de escolas: Ceará, com 55, Espírito Santo, com 14, Goiás e Pernambuco, com sete cada.

    Desafios

    A pesquisa, segundo o diretor executivo do Iede e pesquisador responsável pelo estudo, Ernesto Martins Faria, evidencia desafios enfrentados pelo ensino médio brasileiro, como o ensino integral, que atualmente chega a 10,8% dos estudantes do ensino médio público.

    No modelo integral, os estudantes que passam sete horas diárias na escola e participam de atividades diversas. Pelo menos 82% das 100 escolas apontadas no estudo são de tempo integral.

    Para melhorar os resultados, os estabelecimentos oferecem reposição de conteúdos ainda do ensino fundamental, além de aulões simulados. Oferecem ainda atividades para trabalhar as chamadas habilidades socioemocionais, como empatia, criatividade, responsabilidade e ética.

    “Para conseguir fazer tudo isso, as instituições precisam de mais tempo. Ao passo que são escolas que nos inspiram com práticas, fazem isso em um contexto de apenas 10% de alunos matriculados do ensino médio. Esse parece ser o desafio, pois poucas escolas com tempo regular têm conseguido resultados positivos.”

    Outro desafio, segundo o diretor, é a necessidade da formação de professores.

    “O papel do professor junto ao jovem na adolescência traz desafios. Temos que ensinar a disciplina, mas também se relacionar socioemocionalmente com os alunos. A matemática é mais complexa, as ciências têm um nível complexo. É preciso usar estratégias para engajar os alunos, que muitas vezes saem desmotivados do ensino fundamental”, afirmou

    A pesquisa voltada para o ensino médio é a terceira etapa da série Excelência com Equidade, que começou em 2012, com a análise dos anos iniciais do ensino fundamental.

    A partir de 2015,é que os "anos finais" passaram a ser estudados.

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