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    Em ato, policiais federais paralisam atividades no Rio

    Agentes cobraram promessa do governo federal

    Publicado 12/05/2022 às 13:45 | Autor: Ana Fernanda
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    Esta não é a primeira manifestação realizada pela categoria
    Esta não é a primeira manifestação realizada pela categoria |  Foto: Karina Cruz

    Policiais federais realizaram um ato, na manhã desta quinta-feira (12) no aeroporto Santos Dumont, na Zona Sul do Rio, e pararam as atividades por uma hora. A manifestação foi organizada pela categoria para reivindicar promessas feitas pelo governo federal, dentre elas reajuste salarial e reestruturação da categoria. 

    Os agentes cobram do presidente Jair Bolsonaro (PL) o cumprimento do reajuste prometido no início do mandato. Após negociações no ano passado, foi reservado R$ 1,7 bilhão do orçamento da União, mas, após outras categorias protestarem por melhores salários, o governo recuou e anunciou um reajuste linear, para todas as categorias, de 5%, que segundo os agentes não é satisfatório.

    A concentração ocorreu no aeroporto Santos Dumont
    A concentração ocorreu no aeroporto Santos Dumont |  Foto: Karina Cruz

    O salário de um agente da PF gira em torno de R$12 mil. Já para delegado, o soldo chega a R$23 mil. De acordo com a Folha de S. Paulo, em 2021, o governo Bolsonaro pretendia equiparar o salário máximo de delegados da Polícia Federal para o teto do funcionalismo público, correspondente ao valor recebido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. O valor atual é de R$39.293,92, mas isso não foi feito. 

    Essa não é a primeira reivindicação realizada pela categoria. A última ocorreu no mês passado. De acordo com o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais e presidente do sindicato do Rio, Luiz Carlos Cavalcante, nesta quinta (12) o movimento ocorreu em todas as capitais do Brasil.

    Presidente do sindicato do Rio, Luiz Carlos Cavalcante
    Presidente do sindicato do Rio, Luiz Carlos Cavalcante |  Foto: Karina Cruz

    “O nosso objetivo é cobrar a palavra do governo federal, de fazer uma restauração para corrigir distorções internas, e grandes prejuízos causados pela reforma da previdência, principalmente em relação a pensão por morte, que foi prejudicada com a reforma da presidência. Nós já temos um orçamento, mas precisamos que o presidente honre a palavra dele e encaminhe a medida provisória”, disse.

    Desvalorização 

    De acordo ainda com Luiz Carlos, a reestruturação e o reajuste salarial, que não ocorre há mais de 6 anos, trará uma maior motivação para os agentes.

    “Isso trará o mínimo de alento diante de tantas perdas. Algum ganho salarial não irá  resolver todos os problemas, mas traz um certo fôlego.  A PF tem um trabalho gigante, faz de combate à corrupção, e leva lucro ao governo”, comentou. 

    Ainda segundo o presidente, a desvalorização da categoria causa evasão dos agentes e consequentemente prejuízos à população.

    Alexandre Guerra está há 26 anos no órgão e contou que a corporação está enfraquecida.

    O agente, Alexandre Guerra, que está há 26 anos no órgão contou que a PF está enfraquecida
    O agente, Alexandre Guerra, que está há 26 anos no órgão contou que a PF está enfraquecida |  Foto: Karina Cruz

    “Nesse caso a Polícia Federal está muito enfraquecida, por não sermos valorizados como deveríamos, estamos muito tempo sem aumento salarial. Nós estamos lutando por nossos dinheiro, porque por exemplo, não temos adicional noturno que outros têm, não temos planos de saúde”, desabafou.

    Já o agente Franco, reclamou da pensão por morte.

    “Nossa família não tem pensão boa pra morte, não temos uma segurança jurídica, fora que quase banco nenhum aceita fazer seguro de vida pra policial, e quando faz é caríssimo”, comentou. A categoria emitiu ainda um folheto no protesto contra expondo os benefícios que não recebem.

    Folheto com reclamações dos agentes
    Folheto com reclamações dos agentes |  Foto: Karina Cruz
    1. Não possuem FGTS
    2. Não podem fazer greve
    3. Não ganham adicional de Periculosidade
    4. Não ganham hora extra, independentemente das horas que trabalhem
    5. Não tem direito a adicional noturno mesmo que trabalhem a noite toda
    6. Não possuem auxílio moradia, paletó ou fardamento
    7. Sofrem um desconto de 41% do seu salário para IR e Previdência
    8. Tem o código disciplinar mais duro de todo o serviço público
    9. Não pararam na Pandemia e por isto muitos foram contaminados e morreram
    10. São a categoria do Serviço Público Federal que apresenta o maior número de suicídios e licenças para tratamento psiquiátrico. 

    Procurados, o Palácio do Planalto e o ministério da Justiça, não responderam aos questionamentos sobre os atos dos policiais federais. 

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