Família
Educação respeitosa: uma forma diferente de criar seus filhos
Maya Eigenmann desmistifica a relação entre pais e filhos
Ouvir as necessidades da criança e não olhar apenas para o comportamento considerado ruim ou desrespeitoso. Assim é a educação respeitosa. Entender como se comunicar com as crianças, de forma respeitosa e assertiva, significa nos comunicar para sermos entendidos e não, 'atendidos'. Segundo especialistas, os adultos são os cérebros maduros da relação e uma criança jamais deveria ser castigada por ser imatura e cometer erros. Afinal, esse é o papel da infância!
Com o slogan 'A Calma Educa', a pedagoga e educadora parental Maya Eigenmann viu seu mundo virar de cabeça para baixo quando, após o nascimento da segunda filha, percebeu que não tinha mais controle de sua vida como antes. Sua falsa ideia de supervisão foi por água abaixo e a privação de sono, cansaço e a amamentação em livre demanda estavam trazendo à tona sua pior versão, e ela resolveu que não queria mais viver dessa maneira e o objetivo era ser uma mãe melhor. Foi então, que foi surpreendida no Instagram com um conteúdo sobre educação respeitosa e a especialista mudou sua história.
"Eu estava sendo autoritária e desrespeitosa, tentando encaixar os seres humaninhos mais importantes da minha vida na minha rotina, quando na verdade é o contrário. Eu mergulhei nesse universo, comprei livros, cursos e estudei muito por um ano e depois comecei a perceber que se era tão útil para mim, poderia ser útil para outros pais. Em maio de 2019 coloquei meu primeiro vídeo no YouTube e aqui estamos, três anos depois se tornou a minha profissão, minha carreira. É lindo perceber como as pessoas se interessam por esse assunto e isso me dá muita esperança de achar que nossa sociedade pode ser menos autoritária e mais respeitosa com as crianças", diz Maya.
Passo a passo
A educadora explica que o primeiro passo é se conscientizar que somos extremamente adultistas, quando nós — adultos da relação — usamos da nossa experiência de vida para subjugar uma criança. De acordo com ela, os pais, ou responsáveis da criança, precisam ajudá-la e não punir e julgar, pois, estão em aprendizado e desenvolvimento.
A espécie humana é a que tem a infância mais longa: o cérebro só fica maduro totalmente aos 25 anos e a infância é feita para errar e aprender
Segundo Maya, o segundo passo é começar a estudar.: "Estudamos para tudo na vida, sempre e para o maior projeto das nossas vidas, que é sermos pais. Ninguém se informa, acha que vai acontecer por instinto, intuição, mas não!".
Maya destaca que afeto traz saúde para as crianças em termos emocionais, psicológicos e físicos, até na imunidade, por exemplo. Ser atencioso e amoroso não 'estraga' criança — pelo contrário — fortalece.
Aceitamos a felicidade e alegria da criança, mas não aceitamos seu choro, raiva, tristeza, inveja, ciúme, como se as crianças não puderem sentir isso
Outro ponto aborda a preservação da autenticidade da criança. "Devemos sempre orientar e não criticar a todo momento, pois quando minamos a autenticidade ela cresce achando que é um problema. Existe uma frase de uma psicóloga espanhola que diz o seguinte: 'quando vivemos criticando nossas crianças, elas não deixam de nos amar, elas deixam de se amar'."
Palmada
A influenciadora digital Ali Fernandes, mãe de dois: um menino de 5 e uma menina de 2 anos, lembra que antigamente era comum presenciarmos uma educação grosseira que batia, agredia e humilhava. Atualmente ela se diz aliviada por começar a perceber mudança nessa realidade.
"Educar com amor é ter conexão com os filhos e se entregar a eles. É enxergar nossos filhos como um ser humano com vontades. Bater, gritar e xingar nunca fez efeito. Isso disfarça uma situação, mas só nos deixa distante dos nossos filhos, é uma forma de reprimir. A criança te obedece por medo e não por respeito e educar com amor é transmitir segurança", comenta.
A dentista Maiana Mattos, mãe de uma menina, conta que sempre gostou do tema, mas não acreditava 100%, porque, segundo ela, somos e fomos criados a acreditar que um tapinha não faz mal.
"Quando engravidei, sabia que jamais teria coragem de levantar a mão para minha filha. Mas percebi que não é só agressão fisica que machuca nossos filhos, as palavras e atitudes podem machucar ainda mais. Quando chegou a fase dos incríveis 2 anos percebi que estava me estressando muito e consequentemente descontando nela. Então resolvi mudar! Meu processo ainda está muito recente, mas creio que vai durar para sempre! Tenho tentado da melhor forma! Por mim e por ela!".
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