Elas!
Dia da mulher: a luta é ainda maior para as trans e travestis
Violência e dificuldades no trabalho são comuns
O Dia Internacional da Mulher é uma data importante para abordar a revolução e ampliar a visão sobre as questões do gênero feminino. Com muita luta, as mulheres estão conquistando sua emancipação e a pequenos passos alcançando o direito de serem livres, donas de suas escolhas. Com isso, é considerável destacar o espaço que as mulheres transsexuais e travestis têm construído com o decorrer dos anos. Todavia, esses êxitos ainda não são maioria.
Atualmente, as mulheres trans e travestis estão realizando seus objetivos e aos poucos se tornando figuras de grande representação no Brasil. A notoriedade delas em grandes cargos é de suma importância para que suas pautas sejam validadas.
O cenário de violência e discriminação contra mulheres trans e travestis ainda é alarmante. De acordo com o Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras de 2021, 1 a cada 4 mulheres cis (uma pessoa nasceu com o órgão sexual feminino e se identifica com o gênero feminino) são vítimas de alguma forma de violência, sendo doméstica, estupro e o feminicídio. Esse índice aumenta para 3 a cada 4 quando são travestis e mulheres trans.
"O Brasil é o país que mais mata e assassina travestis e transexuais no mundo. Brasil tem recorde de transfeminicídio. É o pais que mais de 90% de mulheres trans são condicionadas à prostituição. Também é o país que lidera a expulsão de crianças e adolescentes trans do ambiente escolar", relata Benny Briolly, primeira vereadora trans de Niterói.
Briolly afirma que existem diversos projetos e ações a favor das mulheres trans, como incentivo de contratação no trabalho, combate ao transfeminicidio, cota nas universidades e em concursos públicos. Contudo, a vereadora ressalta que ainda são necessários apoio e validação da sociedade, além de fiscalização rigorosa dos órgãos públicos.
"Eu sou a primeira mulher trans eleita no Estado do Rio de Janeiro. É preciso que o parlamento e a sociedade avancem para que esses projetos sejam aprovados, fiscalizados e o direito da população trans seja garantido, principalmente das mulheres trans", avalia.
Essa é uma questão de grande relevância para ser debatida nesse dia 8 de março, pois as mulheres trans e travestis precisam de respeito e qualidade de vida. Isso inclui a segurança e a oportunidade de inclusão dessas mulheres em grandes cargos. O preconceito deve ser quebrado em todas as profissões, inclusive nas Forças Armadas . O número de mulheres trans e travestis seguindo carreira militar ainda é muito reduzido. No entanto, silenciosamente vem acontecendo uma mudança nesse cenário. É o caso de Allanis Barush, de 31 anos, a primeira militar transexual da Marinha.
"Apesar de ser uma conquista garantida judicialmente, não podemos negar que ocupar espaço é representatividade e inspirador. Espero que outras não desistam de seus sonhos por medo de nada nem ninguém", afirma Allanis, que foi enviada para a reserva contra sua vontade, depois de seu processo de transição de gênero. Em outubro de 2021, ela venceu uma ação contra a Marinha, que foi obrigada a incorporá-la de volta ao seu quadro, sob pena de multa diária em caso de descumprimento. A punição custou R$ 30 mil aos cofres públicos.
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