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    Dengue, gripe ou covid? Saiba como diferenciar os sintomas

    Especialista explica características de cada doença

    Publicado 27/02/2024 às 18:50 | Autor: Lucas Luciano
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    Rio tem epidemia de dengue decretada em todo estado
    Rio tem epidemia de dengue decretada em todo estado |  Foto: Divulgação / Agência Brasil

    Em meio à epidemia de dengue no estado do Rio e ao aumento de casos de Covid-19, gripe e até gastroenterite, é crucial compreender as diferenças entre essas doenças.

    Por isso, o ENFOCO entrevistou o médico infeccionista André Ricardo Araújo, professor na Universidade Federal Fluminense (UFF), para oferecer orientações claras sobre a identificação e prevenção dessas enfermidades.

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    Segundo Araújo, embora as quatro doenças apresentem um início comum, caracterizado por mal-estar e febre, é no desenrolar dos sintomas que é possível começar a diferenciá-las.

    Gripe e Covid-19, por exemplo, destacam-se como doenças respiratórias, enquanto dengue e gastroenterite não provocam sintomas respiratórios.

    Dengue e Covid-19 ao mesmo tempo? 

    No entanto, esse diagnóstico nem sempre é tão simples de ser realizado, de acordo com o professor. Ele destaca ainda a possibilidade de co-infecções, indicando que, embora não seja comum, é viável contrair duas doenças simultaneamente.

    Esse foi o caso da atriz e ex-paquita Andréa Veiga, que serve como um exemplo concreto da possibilidade de co-infecções. Atualmente com 54 anos, ela relatou na última semana ter sido diagnosticada simultaneamente com Covid-19 e dengue.

    Aspas da citação
    Isso dificulta um pouco o diagnóstico, mas o tratamento para todas essas quatro infecções costuma ser o mesmo.
    André Ricardo Araújo médico e professor
    Aspas da citação

    "É possível, sim, a gente ter duas doenças ao mesmo tempo. São infecções conjuntas de Covid-19 e gripe, ou de Covid-19 e dengue, ou gastroenterite e Covid-19. Então, é possível a gente ter. Isso dificulta um pouco o diagnóstico, mas o tratamento para todas essas quatro infecções costuma ser o mesmo: suporte, manter a hidratação adequada, alimentação balanceada conforme a aceitação da pessoa, beber líquidos, repouso, e antitérmicos, se a pessoa tiver febre", ensina o professor.

    Como diferenciar os sintomas

    Então, como chegar a um diagnóstico final considerando todas essas variáveis? Araújo enfatiza que a opção mais segura para ter certeza do que você contraiu sempre será dirigir-se a uma unidade de emergência e ser atendido por um profissional de saúde especializado.

    Contudo, até mesmo para ficar mais tranquilizado, o professor fornece algumas informações que podem ajudar a sanar as dúvidas. Confira abaixo.

    Dengue

    A dengue, conforme explica o profissional, é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e não é transmitida de pessoa para pessoa.

    O vetor, representado pelo mosquito, é responsável por propagar o vírus causador da dengue ao picar uma pessoa infectada e, posteriormente, picar outra pessoa saudável.

    Diferentemente de doenças como a gripe e a Covid-19, a dengue não é disseminada por contato direto entre indivíduos.

    Os sintomas iniciais da dengue apresentam um início abrupto, marcado por febre, dor muscular intensa, e uma cefaleia característica que se localiza atrás dos olhos.

    Além disso, dores articulares, sensação de incômodo na panturrilha e, em alguns casos, manchas no corpo, compõem o quadro clínico inicial. A febre surge de maneira súbita, proporcionando um diagnóstico diferencial entre a dengue e outras doenças febris.

    “A diferenciação da dengue”, explica Araújo, “reside na sua transmissão pelo mosquito Aedes aegypti, ao contrário de doenças como gripe e Covid-19, que são disseminadas por contato direto entre indivíduos", ressalta o professor.

    Os cuidados necessários, segundo ele, incluem a compreensão da importância de evitar a reprodução do mosquito vetor, adotar medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e roupas adequadas, e buscar assistência médica ao primeiro sinal de sintomas.

    Covid-19

    Já a Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença que se destaca por sua transmissão principalmente de pessoa para pessoa, ocorrendo predominantemente por meio de gotículas respiratórias expelidas quando uma pessoa infectada fala, tosse ou espirra.

    Além disso, Araújo destaca que a transmissão também pode ocorrer pelo contato com superfícies contaminadas, sendo crucial manter medidas de higiene para prevenir a disseminação do vírus.

    Os sintomas iniciais da Covid-19 podem variar, apresentando um início gradual ou súbito. Os comuns incluem: febre, tosse, falta de ar, fadiga, dor de cabeça e, em alguns casos, a perda de olfato ou paladar.

    É interessante notar que a manifestação de sintomas gastrointestinais, como náusea e diarreia, também pode ocorrer em alguns pacientes.

    “A Covid-19 não se restringe apenas aos sintomas respiratórios. Além da tosse e falta de ar, a doença pode apresentar uma variedade de sintomas, como dores musculares e a mencionada perda de olfato e paladar, que se tornou um sintoma distintivo. Essa diversidade de manifestações clínicas torna a identificação da Covid-19 desafiadora, especialmente nos estágios iniciais”, compartilhou Araújo.

    Gripe

    A gripe, causada pelo vírus influenza, também é uma doença respiratória comumente transmitida de pessoa para pessoa, assim como a Covid-19. Principalmente por meio de gotículas respiratórias expelidas durante a tosse, espirro ou conversação próxima.

    Os sintomas iniciais da gripe se manifestam de maneira abrupta, caracterizada por febre, tosse, dor de garganta, dores musculares, fadiga, dor de cabeça e, ocasionalmente, coriza.

    Essa súbita apresentação de sintomas pode contribuir para a identificação da gripe, embora alguns dos sinais, como febre e dores musculares, também estejam presentes em outras doenças respiratórias, incluindo a Covid-19.

    “Os sintomas respiratórios, como tosse seca e dor de garganta, predominam no quadro clínico da gripe. A tosse seca, em particular, é um sintoma comum que diferencia a gripe de outras infecções virais. Esses sintomas respiratórios são frequentemente acompanhados por outros desconfortos, tornando o paciente suscetível a períodos de indisposição”, relatou Araújo.

    Gastroenterite

    A gastroenterite é uma condição caracterizada predominantemente por sintomas gastrointestinais, tornando-se distinta por manifestações como vômito, náusea e diarreia.

    Diferentemente de outras doenças infecciosas, a febre associada à gastroenterite tende a ser mais baixa, distinguindo-a de quadros febris mais intensos observados em infecções respiratórias, como a gripe.

    A evolução da gastroenterite, explica o professor, geralmente é marcada pelo agravamento dos sintomas gastrointestinais ao longo do tempo. Náuseas e vômitos tornam-se mais proeminentes, contribuindo para o desconforto do paciente.

    A diarreia, caracterizada por evacuações frequentes e líquidas, é outra componente central da gastroenterite, podendo levar à desidratação se não for adequadamente controlada.

    “Essa condição, muitas vezes causada por agentes infecciosos como vírus ou bactérias, requer atenção especial à hidratação do paciente. A perda de líquidos devido aos vômitos e à diarreia pode levar a complicações, tornando essencial repor os fluidos de maneira eficaz”, concluiu ele.

    Aumento nos casos

    Somente nos primeiros meses de 2024, foram contabilizados mais de 71.593 casos prováveis de dengue no estado do Rio, enquanto em todo o ano passado foram 51.478.

    As informações são da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) e podem ser consultadas aqui. Por conta disso, o governo decretou epidemia de dengue no território fluminense.

    Desde o início de janeiro, o Brasil já registrou 920.427 casos prováveis de dengue. O país contabiliza ainda 184 mortes confirmadas pela doença e 609 óbitos em investigação.

    Já em relação a Covid-19, embora haja uma diminuição no número de casos em relação aos últimos anos, o coronavírus continua causando 10,8 vezes mais mortes no Brasil do que a dengue, segundo o Ministério da Saúde.

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