Caso
Daniel Cravinhos cita Suzane em entrevista: 'Não me envolveria'
Condenado a 39 anos de prisão, ele cumpre pena em regime aberto
Daniel Cravinhos, de 42 anos, condenado pela participação nos assassinatos de Manfred e Marísia, pais de Suzane von Richthofen, relembrou, em entrevista, a elaboração do crime que chocou o país em 2002 e citou como arrependimento ter se envolvido com a até então namorada na época.
Em conversa com Ulisses Campbell, escritor de "Suzane: assassina e manipuladora", Daniel falou sobre a vida fora das "muralhas" de Tremembé, penitenciária onde cumpriu seu regime fechado por 15 anos e agora segue em regime aberto. Daniel atualmente se restabelece customizando motos esportivas e de competição.
Questionado sobre o que diria para Suzane caso a reencontrasse na rua, Cravinho respondeu que mudaria de calçada. "Acho que não tenho mais nada pra falar com ela. Minha história com a Suzane acabou no dia 31 de outubro de 2002 [data do assassinato dos casal von Richthofen]. Agora, ela é vítima de si mesma. Antes, tinha muita mágoa, raiva e tudo mais. No entanto, percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava esses sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria 'boa sorte na sua caminhada', e mudaria de calçada", contou.
Daniel listou o que faria diferente se pudesse voltar ao passado. "Não me envolveria com a Suzane, não chamaria o meu irmão para o buraco. Não me deixaria levar pela manipulação… Mudaria todas as minhas atitudes', citou.
Em uma parte da entrevista, Ulisses pergunta de quem foi a ideia de matar os pais da Suzane, e Cravinho aponta a ex-namorada como mentora intelectual. "A ideia foi dela, mas não me eximo da responsabilidade. Uma pena foi a gente envolver o Cristian, que tentou melar [atrapalhar] o plano várias vezes", respondeu.
O ex-namorado de Suzane também teve de responder se ainda costumava ter pesadelos com Manfred e a Marísia, como tinha antigamente. "Hoje, o casal Richthofen aparece no meu sonho sempre fazendo coisas boas para mim. Outro dia sonhei com o Manfred e a Marísia me perdoando e apoiando o meu recomeço", completou.
Pena
A condenação de Daniel foi de 39 anos e seis meses de prisão e Christian, seu irmão, de 38 anos e seis meses.
Em agosto de 2017, por uma decisão da 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Daniel Cravinhos passou a regime aberto, após 15 anos do crime.
Christian também requereu o benefício e chegou a ser liberado pela Justiça no mesmo período, mas voltou ao regime fechado depois de uma confusão em um bar. Recentemente, ele conseguiu reduzir a pena em 149 dias por ter trabalhado na prisão. Ele trabalhou 447 dias desde abril de 2018 até março de 2021, em atividades envolvendo jardinagem, faxina, manutenção e reparo de cadeiras de escola.
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