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    Câncer de útero atinge 16 mil mulheres por ano no Brasil

    Publicado 05/12/2020 às 12:59 | Autor: Plantão Enfoco
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    Imagem ilustrativa da imagem Câncer de útero atinge 16 mil mulheres por ano no Brasil
    |  Foto: Foto: TV Globo/Divulgação
    Fátima Bernardes foi diagnosticada com a doença na última semana. Foto: TV Globo/Divulgação

    A cada ano, 16 mil mulheres no Brasil são diagnosticadas com câncer de colo de útero. A doença, que pode ser prevenida com vacinação contra vírus HPV, ganhou destaque nos noticiários após a apresentadora Fátima Bernardes revelar que foi diagnosticada com o problema de saúde na última semana.

    Já o câncer de corpo uterino, é oitavo tipo mais frequente da doença no país. Especialistas alertam que, para se prevenir, é preciso saber mais sobre os diferentes tipos de tumores que podem atingir a região: os de colo de útero e os de corpo uterino.

    “O câncer de colo de útero, relacionado ao papilomavírus humano (HPV), que é um vírus sexualmente transmitido, é mais frequente e é uma verdadeira tragédia social, pois significa falha no rastreio de lesões pré-malignas que podem ser diagnosticadas por meio do exame preventivo com o ginecologista. Mas quando falamos em termos de tumores malignos que atingem o corpo de útero, o câncer de endométrio é o mais comum, causado pelo excesso de estrogênio, hormônio feminino, e com fatores de risco como a obesidade”, esclarece a oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas Natália Nunes, do Rio de Janeiro.

    De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor de colo do útero atinge mais de 16 mil mulheres no Brasil por ano, o que já faz dele o terceiro tipo de câncer mais comum entre a população feminina. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos.  Após o contágio, ao menos 5% delas irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos.

    Em relação ao câncer de corpo uterino, no Brasil, estima-se 6.540 casos novos em mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do corpo do útero ocupa a oitava posição mais frequente no país. Quanto à distribuição geográfica, na Região Sudeste, esse tipo de câncer ocupa a sexta posição entre os mais incidentes. Esse tipo de tumor ocorre mais comumente em mulheres acima de 60 anos, mas entre 2 a 5% deles podem ocorrer em mulheres com menos de 40 anos.

    Câncer de colo de útero

    A prevenção primária é a vacinação contra o HPV, disponível contra diferentes subtipos do vírus. Estima-se que a vacina proteja por aproximadamente nove anos, porém há estudos que indicam alta concentração de anticorpos por, no mínimo, 20 anos.

    “Quando diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade por este câncer. Considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial. Sempre aconselho as mulheres a realizarem os exames como o Papanicolau periodicamente, para que aumentem as chances da doença ser diagnosticada precocemente”, explica a também oncologista Michelle Samora, especialista em tumores femininos.

    Quanto aos sinais, aparecem por meio de sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve.

    Quando a doença já se encontra em um estágio mais avançado, a mulher pode apresentar um quadro de anemia devido à perda de sangue, além de dores nas pernas, nas costas, problemas urinários ou intestinais e até perda de peso sem intenção. “Os sangramentos podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período da menopausa”, diz Michelle.

    Quando detectado, os procedimentos para o tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.

    Câncer de corpo uterino

    O principal fator de risco de desenvolvimento dessa doença é o excesso de hormônio estrogênio, associado à obesidade – já que os tecidos gordurosos são responsáveis pela conversão de androstenediona e andrógenos em hormônio feminino estradiol –, à anovulação crônica – que ocorre em pacientes com síndrome do ovário policístico, por exemplo – , ao uso de terapias de reposição hormonal baseadas em estrógeno – como terapia e reposição hormonal na menopausa –, além de fatores genéticos.

    “Devido aos sintomas precoces de sangramento vaginal, tipicamente esses tumores apresentam diagnóstico em estágios iniciais, apresentando alta chance de cura quando assim diagnosticados. Além disso, nos últimos anos, entendimento moleculares sobre essa doença levaram a um melhor entendimento sobre seu prognóstico e possibilidade de discutir individualização de tratamentos”, ressalta a médica Natália Nunes.

    Em mulheres mais idosas, o sintoma mais comum associado a essa doença é sangramento vaginal anormal. Nessas mulheres, esse diagnóstico deve ser pensado e excluído através de investigação ginecológica.

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