Calor
Brasil pode ter regiões mais quentes do mundo neste final de semana
Previsão aponta para recordes de temperaturas em várias cidades
Os próximos dias prometem ser de muito calor em várias cidades brasileiras com recordes de temperatura. O alerta é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu essa semana sobre a ocorrência do fenômeno, que deverá afetar principalmente municípios da regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.
O alerta meteorológico especial indica perigo potencial com ondas de calor que começam a partir desta sexta-feira (10) e terminam domingo (12). Em determinados municípios, especialmente nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais, as temperaturas podem ultrapassar os 46º graus.
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Segundo Marcio Cataldi, meteorologista e professor do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF), a onda de calor chegará mais forte no Rio de Janeiro entre domingo (12) e terça-feira (14). Isso porque nesta sexta-feira (10), existe a previsão de uma frente fria passando pela região.
"No sábado a nebulosidade se dissipa e as temperaturas começam a subir. No domingo, existe uma atuação intensa do sistema de alta pressão, uma massa de ar quente, trazendo calor do interior do continente para o Rio, vindo de São Gonçalo, Magé e da Baixada Fluminense, e outras regiões, com temperaturas podendo ultrapassar os 42º graus", explicou o professor.
De acordo com Cataldi, na capital carioca a temperatura ficará entre 40º e 42º graus no domingo. Segunda e terça, as temperaturas permanecerão elevadas, mas não tão intensas quanto no final de semana.
Final de semana mais quente do mundo
A onda de calor prevista para o final de semana deve colocar cidades brasileiras entre as mais quentes do mundo, alerta a previsão da agência climática AccuWeather, no comparativo com regiões africanas e asiáticas.
El Niño
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) emitiu um informe que o atual fenômeno El Niño, previsto para persistir pelo menos até abril de 2024, afetando os padrões climáticos e elevando as temperaturas não apenas em áreas terrestres, mas também nos oceanos.
Ainda de acordo com o professor Cataldi da UFF, nos últimos três anos, a América do Sul passou pelo fenômeno "La Niña", que é o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial. Ele diminui as temperaturas, sendo mais marcante na América Latina. "Não tivemos temperaturas baixas, mas não tivemos aumento de temperatura, como ocorreu em outros lugares do planeta, em 2022", afirmou o acadêmico.
O professor informou também que no sudeste brasileiro o calorão não era muito sentido, devido às muitas frente-frias que atingiam a região, mas como elas ficarão "presas" no Sul, a perspectiva é que essa onda e outras passem a chegar com mais frequência no Sudeste.
"A expectativa é que este ano seja o mais quente da história, devido ao El Niño, que é o aquecimento das águas do Pacífico Equatorial. Com isso, vemos todas essas chuvas no Sul, a seca no Norte, na região amazônica e no Sudeste o fenômeno eleva as temperaturas. No entanto, esse 'El Niño' tem outra característica: ele está forte e afeta praticamente todo o planeta com outros oceanos também aquecidos", explica.
Devido a isso, a expectativa é que este ano seja o mais quente dos últimos 125 mil anos, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia.
A OMM destaca que o El Niño atingirá sua intensidade máxima entre novembro deste ano e janeiro de 2024, mantendo-se persistente ao longo do próximo inverno no Hemisfério Norte e durante o verão no Hemisfério Sul, duas estações que estão prestes a iniciar.
Cuidados
Além do calor, a população deve adotar cuidados para evitar os efeitos nocivos do sol, que podem causar fraqueza, tontura, dor de cabeça e, em casos extremos, até risco de morte.
O Ministério da Saúde faz algumas recomendações importantes como evitar atividades ao ar livre, durante a manhã, para evitar exposição direta ao sol. Em determinados períodos do dia, manter-se hidratado, ingerindo bastante água, é essencial.
Hidratação é essencial
- Aumente a ingestão de água ou sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo quando não sentir sede;
- Evite bebidas alcoólicas e com alto teor de açúcar;
- Opte por refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;
- Esteja atento ao fato de que recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas com comorbidades podem não sentir sede, então, ofereça água a eles.
Cuidados em casa
- Se possível, feche cortinas ou janelas mais expostas ao calor e promova a circulação do ar;
- Durante a noite, abra as janelas para ventilação;
- Utilize menos roupas de cama e vista-se com menos peças ao dormir, principalmente bebês e pessoas acamadas;
- Mantenha-se informado sobre a saúde de pessoas que vivem sozinhas, idosas ou com dependência, e ajude-as a se proteger do calor;
- Mantenha ambientes úmidos utilizando umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água.
Cuidados com a saúde
- Armazene medicamentos abaixo de 25º graus na geladeira, seguindo as instruções de armazenamento na embalagem;
- Busque orientação médica se tiver uma doença crônica, condição médica ou estiver tomando vários medicamentos;
- Procure ajuda se sentir tontura, fraqueza, ansiedade ou intensa sede e dor de cabeça;
- Em caso de mal-estar, procure um local fresco, meça a temperatura do corpo e reidrate-se com água ou suco de frutas;
- Durante períodos mais quentes, tome banho com água levemente morna e evite mudanças bruscas de temperatura.
Proteja-se
- Evite exposição direta ao sol, especialmente entre 10h e 16h;
- Use protetor solar para evitar danos à pele;
- Utilize chapéus e óculos escuros;
- Proteja as crianças com chapéus de abas;
- Opte por roupas leves que não acumulem calor;
- Diminua os esforços físicos e descanse frequentemente em locais sombreados, frescos e arejados;
- Em veículos sem ar-condicionado, deixe as janelas abertas;
- Nunca deixe crianças ou animais em veículos estacionados.
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