Fatal
Bebê morre de coqueluche; é o primeiro óbito em 3 anos no Brasil
Criança estava com a vacinação atrasada, segundo as autoridades
Após cinco anos sem registros de mortes por coqueluche, o Paraná confirmou o óbito de um bebê de 6 meses da cidade de Londrina, sendo o primeiro caso fatal no Brasil em três anos. A morte ocorreu em 30 de junho e foi causada pela doença respiratória, com o bebê apresentando atraso na vacinação.
O Paraná não registrava mortes por coqueluche desde 2019, ano em que o Brasil contabilizou 11 óbitos. Em 2020, houve apenas uma morte no país. Agora, a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) investiga outro caso suspeito de coqueluche, desta vez de um bebê de três meses em Irati.
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Para enfrentar o problema, a Sesa montou uma força-tarefa junto aos municípios para aumentar a cobertura vacinal, principalmente entre crianças e adolescentes. A preocupação está voltada para as vacinas contra Influenza, pentavalente, DTP, pneumocócica 10 e poliomielite, todas com baixa adesão no estado.
O que é a coqueluche
A coqueluche é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella Pertussis, transmitida por meio de gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou falar. Inicialmente, seus sintomas são semelhantes aos de um resfriado, como tosse seca e febre. No entanto, em crianças não vacinadas, a doença pode evoluir para quadros graves e, sem tratamento adequado, levar à morte.
No Brasil, a vacinação contra coqueluche faz parte do calendário de imunização infantil e está disponível na rede pública. A vacina pentavalente infantil (DTP/HB/Hib) protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B. As doses devem ser administradas aos dois, quatro e seis meses de vida, com reforços aos 15 meses e aos quatro anos.
O Ministério da Saúde reforça a importância de manter a vacinação em dia e lembra que gestantes também devem receber a vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (DTpa) após a 20ª semana de gestação. Se não for administrada durante a gestação, a dose pode ser aplicada até 45 dias após o parto.
Cenário global
O alerta para a coqueluche não é exclusivo do Brasil. Em maio, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) relatou mais de 32 mil diagnósticos na Europa entre janeiro e março de 2024, comparados a 25 mil em todo o ano anterior. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que os casos globais de coqueluche mais que dobraram de 2022 para 2023, saltando de 64.313 para 159.832 casos.
O ECDC atribui o aumento à falta de vacinação, impactada pela pandemia de COVID-19. No Brasil, a cobertura vacinal, que atingiu 96,9% em 2015, caiu para 70,9% em 2019, mas tem mostrado recuperação desde 2022, chegando a 82,62% neste ano. No mundo, a cobertura vacinal caiu para 81% durante a pandemia, mas subiu para 84% nos últimos dois anos, segundo a OMS.
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