Declaração
'Aventura', diz Bolsonaro sobre desaparecimentos na Amazônia
Presidente afirma que Forças Armadas trabalham com 'afinco'
O presidente Jair Bolsonaro definiu como 'aventura' a ação do indigenista Bruno Araújo Pereira, da servidore licencidado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e do jornalista inglês Dom Phillips, na Amazônia. A dupla está desaparecida desde o último domingo (5), totalizando mais de 48h sem dar notícias.
Em entrevista ao "SBT News", Bolsonaro disse que não seria 'recomendável' os dois andarem de barco sozinhos pelo local. "Realmente duas pessoas apenas em um barco, em uma região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer", declarou.
Durante a conversa, portanto, o presidente desejou que a dupla seja encontrada e disse que as Forças Armadas trabalham 'com muito afinco' para que isso aconteça.
"Pode ser um acidente, pode ser que tenham sido executados. A gente espera e pede a Deus que sejam encontrados brevemente. As Forças Armadas estão trabalhando com muito afinco na região", continuou.
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O Ministério das Relações Exteriores informou mais cedo que o governo está acompanhando as buscas. Em nota, o Itamaraty diz que a Polícia Federal está atuando na região, “tomando todas as providências para localizá-los o mais rápido possível”.
Segundo o comunicado, a PF fez repetidas incursões e tem contado com o apoio da Marinha do Brasil, "que se somou aos esforços nos trabalhos de buscas de ambos os cidadãos”, acrescentou.
“O governo brasileiro seguirá acompanhando as buscas com o zelo que o caso demanda e envidando os esforços necessários para encontrar prontamente o profissional da imprensa britânica e o servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai)", continua.
Na hipótese de o desaparecimento ter sido causado por atividade criminosa, diz a nota, "todas as providências serão tomadas para levar os perpetradores à Justiça”.
Também por meio de nota, a PF informou que vem realizando medidas investigativas e de inteligência policial visando ao esclarecimento dos fatos e a resolução do caso.
Acrescenta ter feito incursões na calha do Rio Itaquaí, mais precisamente no trecho compreendido entre a frente de proteção etnoambiental itui-itauqai e o município de Atalaia do Norte.
“Das diligências efetuadas foi possível identificar duas pessoas que tiveram contato com os desaparecidos, as quais foram encaminhadas à Polícia Civil de Atalaia do Norte para prestar esclarecimentos”, acrescentou a PF, ao informar que, até o momento, ninguém foi preso.
As buscas foram retomadas com o apoio da Marinha visando novas incursões no rio, com o apoio de um helicóptero.
Na segunda (6), a Funai informou que está acompanhando o caso e que está em contato com as forças de segurança que atuam na região, de forma a colaborar com as buscas.
Em nota a instituição comentou que, embora o indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira integre o quadro de servidores da Funai, ele não estava na região em missão institucional, pois se encontrava de licença para tratar de interesses particulares.
Repercussão
O porta-voz do jornal The Guardian disse que está acompanhando a situação e em contato com as embaixadas brasileira e britânica.
“O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e com as autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível.”
A Human Rights Watch divulgou nota em que se diz muito preocupada com o desaparecimento.
“É extremamente importante que as autoridades brasileiras dediquem todos os recursos disponíveis e necessários para a realização imediata das buscas, a fim de garantir, o quanto antes, a segurança dos dois”, diz a nota assinada pela diretora do escritório da Human Rights Watch no Brasil, Maria Laura Canineu.
Com Agência Brasil
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