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    ANS prevê envelhecimento da população e colapso na saúde

    Publicado 09/10/2017 às 17:34 | Autor: Plantão Enfoco
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    Os planos de saúde deverão gastar mais para atender a demanda dos brasileiros nas próximas décadas.  A expectativa de vida da população brasileira aumentou e, consequentemente, o envelhecimento promoverá reflexos nos custos médicos.  O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que o número de pessoas com 80 anos ou mais chegará a 19 milhões até 2060. A Agência Nacional de Saúde calcula que um em cada quatro brasileiros tem plano de saúde, o que movimentou R$ 160 bilhões somente no ano passado, quando foram realizados mais de um bilhão de procedimentos médicos.

    Leonardo Paiva, chefe de gabinete da Agência Nacional de Vigilância Sanitária,  acredita que o Brasil passará pela transição demográfica antes de se tornar um país desenvolvido. “Teremos a mudança de doenças infecto-contagiosas para doenças crônicas, próprias da terceira idade. As indústrias farmacêuticas estão se movendo para isso. Hoje, 40% dos novos registros de medicamentos são para oncologia”, declarou Paiva.

    O representante da Anvisa alerta que o Sistema Único de Saúde precisa estar preparado para o aumento de gastos com medicamentos voltados à população mais madura, que sofre com doenças crônicas. Ele prevê a elevação do número de decisões judiciais obrigando o Estado a custear medicamentos o que, atualmente, é predominante entre doenças raras. Em 2015 e 2016, foram gastos R$ 1 bilhão ao ano com os dez medicamentos mais solicitados por meio da Justiça.

    Atualmente o país tem 900 operadoras de planos de saúde, sendo que 125 delas respondem por 80% dos beneficiários. No país, a saúde suplementar faz 132 exames de ressonância magnética por mil habitantes, média considerada muito elevada. “As operadoras que entram em processo de desequilíbrio econômico raramente são adquiridas por outras organizações, devido aos riscos. Diante das dificuldades, os serviços perdem qualidade e as melhores prestadoras”, revela.

    “Não tem uma alternativa saudável, no âmbito jurídico, para que a operadora seja adquirida. Ela vai deteriorando o serviço dela num processo que pode levar seis anos. Apenas em 20% dos casos, elas se recuperam e conseguem retornar ao mercado”, finaliza.

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