Ciência
Americano é a 5ª pessoa no mundo a se curar do HIV
Paul Edmonds, de 67 anos, foi diagnosticado com a doença em 1988
Paul Edmonds, de 67 anos, tornou-se a quinta pessoa do mundo a se curar do HIV após um transplante de células-tronco realizado em 2019. Ele foi infectado pelo vírus há 33 anos, mas agora está livre e curado.
A identidade de Edmonds foi revelada em um programa de TV da rede ABC nos Estados Unidos, no dia 3 de abril de 2023, embora ele tenha sabido da sua cura em julho do ano anterior.
O transplante de células-tronco que curou Edmonds foi de uma pessoa que é resistente ao HIV devido à presença do gene CCR5, o que ocorre em apenas cerca de 1% da população mundial.
“Foi a segunda vez que encarei a morte, mas não estava preparado para morrer. Gosto da minha vida”, contou Edmonds, sobre o transplante de células-tronco.
O primeiro caso registrado de cura do HIV foi o de Timothy Ray Brown, em 2009. Os outros quatro casos conhecidos ocorreram mais de uma década depois. Paul Edmonds é o quinto caso conhecido de cura do HIV. Ele não está tomando medicamentos para o HIV há dois anos.
O tratamento de células-tronco que curou Edmonds é considerado muito arriscado e não é indicado para tratar o HIV, mas sim para tratar a leucemia, que ele havia sido diagnosticado em 2018.
De acordo com o hospital City of Hope, onde ele foi tratado, pessoas idosas com HIV costumam desenvolver este tipo de leucemia como consequência de um sistema imune enfraquecido por décadas de luta contra a AIDS.
“Usar a quimioterapia em um paciente como Edmonds, que também tomava as medicações antirretrovirais para pausar o desenvolvimento do HIV, seria um risco porque a quimio também enfraquece o sistema imune. Por isso o hospital começou a oferecer o transplante de células-tronco a pacientes que viviam com ambas as doenças”, explicou o hospital.
Edmonds vivia com o HIV desde 1988 e afirma que passou por momentos muito difíceis em sua vida por causa da doença. Segundo ele, tê-la era quase uma sentença de morte.
Ter o HIV era como uma maldição. Tinha medo de me testar por que um positivo era a certeza de morte"
“Ter o HIV era como uma maldição. Tinha medo de me testar por que um positivo era a certeza de morte. Perdi muitos amigos, mais do que eu posso contar e este momento é um momento de esperança, mas também de memória por todos aqueles que nós perdemos”, relatou Paul.
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