Professora Gab Jardim - Provas e Estudos
Sentir-se perdido é normal?
Se você precisa decidir qual fio da bomba cortar, vermelho ou azul, você se sentirá perdido. Se você terá um bebê e precisa escolher o nome a ser dado ao novo integrante da família, você se sentirá perdido. Se você só pode optar por uma das comidas oferecidas e essas são: pizza, hambúrguer ou coxinha, você se sentirá perdido. Se você precisa liderar um grupo de jovens cheios de sonhos e que esperam que você seja um super-herói em forma de gente, você se sentirá perdido. Se você precisa decidir o que fazer pelos próximos 40 anos num único dia, dependendo do seu rendimento em uma prova, você se sentirá perdido.
Não importa a idade, a classe social, a cor da pele ou o gênero que você possui, em muitos momentos você não saberá se está no caminho certo, se abriu a janela que deveria, se fechou a porta de que gostaria. A vida é repleta de opções e só o fato de contarmos o tempo em dias nos faz perceber que sempre haverá um novo amanhecer para uma nova oportunidade. Não se martirize com a proximidade de seus exames de vestibular, nem com a (in)certeza do curso que você escolheu para disputar uma vaga. São as inseguranças que nos fazem refletir sobre o lugar no qual nos encontramos e se nos incomodam para sairmos da inércia.
É claro que não é fácil aceitar a interrogação quando estamos passando pela turbulência. Seria muito mais fácil que tudo o que desejamos acontecesse, ou que recebêssemos, no ato do nascimento, um manual de instrução com todos os passos – seguros e estáveis – que devem ser dados por nós para que tudo corra bem. Porém, não viemos prontos de fábrica, imutáveis por natureza e com um gabarito comentado das situações pelas quais passaremos. O que temos, então, é a vida como ela é, com seus percalços, reviravoltas, aflições e alegrias, e aceitar que essa complexidade é exatamente o que a torna digna de ser vivida e usufruída da melhor forma por nós é o que precisamos para entendermos a plenitude da dúvida.
Há uma frase de um autor desconhecido, ou do Luis Fernando Veríssimo, ou do Vinicius de Moraes – não me lembro ao certo – que diz: “quando a gente pensa que sabe todas as respostas, a vida vem e muda todas as perguntas”.
Por muito tempo, achei que essa era uma grande piada de mau gosto que a vida poderia me pregar, afinal, por que insistirmos em buscar resoluções para nossos questionamentos se eles nunca pararão de aparecer?
Hoje, depois de muitos anos acumulando experiências, boas e ruins, consegui entender que só há motivação se houver desafio. Ninguém sai de um determinado ponto se não houver o interesse de ir para um outro. E, pasmem, o interesse é sempre descoberta, e descobertas só acontecem quando há o que ser revelado. Portanto, não se punam quando se sentirem perdidos, pois, se todos se perdem em dado momento do percurso, estamos todos juntos de alguma forma. E sigamos!
Gab Jardim - é professora com formações pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e dá dicas para potencializar os estudos.
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