Esportes
UEFA e Ligas Europeias se posicionam contra Copa do Mundo bienal
Nesta quinta-feira (9), o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, criticou a possibilidade da Copa do Mundo ser disputada a cada dois anos em entrevista ao The Times.
O dirigente destacou que seria prejudicial aos jogadores, já que haveria um torneio de seleções por ano, e disse que europeus e sul-americanos (representados pela Conmebol) podem boicotar a competição.
"Podemos decidir não disputar. Pelo que sei, os sul-americanos sentem o mesmo. Por isso, boa sorte com um Mundial desses. Penso que nunca irá acontecer, dado que vai contra os princípios básicos do futebol. Jogar, todos os verões [europeus], um torneio de um mês iria matar os jogadores", afirmou.
"Se for de dois em dois anos, irá coincidir com o Mundial feminino e com o torneio olímpico de futebol. O valor da competição vem do fato de se realizar a cada quatro anos. Espero que ganhem noção, porque não vejo a abordagem apropriada de consultar todos menos as confederações, de não falar conosco. Não se encontraram conosco, não nos ligaram, não nos escreveram uma carta, nada. Só leio na comunicação social", completou.
A grande liderança da ideia de reformulação do calendário do futebol mundial é Arsène Wenger, ex-técnico do Arsenal e atual chefe de desenvolvimento global da Fifa. O francês propõe um torneio de seleção a cada ano, com a Copa do Mundo alternando com as competições continentais, como Copa América e Eurocopa.
Ligas Europeias também são contra
As Ligas Europeias, a entidade que representa as competições de clubes profissionais do continente, também rejeitam firme e unanimemente a proposta de se realizar a Copa do Mundo a cada dois anos.
A organização é a mais recente de vários participantes do esporte a expressar preocupações com os planos da FIFA para um Mundial bienal.
"As Ligas trabalharão junto com os outros participantes para impedir que entidades que governam o futebol tomem decisões unilaterais que prejudicarão o futebol doméstico, que é a fundação de nosso setor", disse a associação em um comunicado nesta quinta-feira.
Seguindo uma sugestão feita pela Federação de Futebol da Arábia Saudita no início deste ano, a Fifa está realizando um estudo de viabilidade para saber se pode levar adiante a ideia ambiciosa.
"Competições novas, competições reformuladas ou competições ampliadas para o futebol de clubes e de seleções em nível continental e/ou global não são soluções para os problemas atuais de nosso esporte em um calendário já congestionado", acrescentou o comunicado das Ligas Europeias.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse na quarta-feira (8) que há "jogos internacionais insignificantes" demais e que tal sistema não é saudável para o esporte, acrescentando que um novo calendário para o futebol masculino provavelmente será adotado até o final de 2024, quando o ciclo atual termina.
Gazeta Esportiva e Agência Brasil
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