Esportes
Convocação de Pedro para a Olimpíada evidencia crise entre Flamengo e CBF
A convocação do técnico André Jardine, que definiu nesta quinta-feira (17) os 18 escolhidos para defender a Seleção Brasileira na Olimpíada de Tóquio, serviu também para comprovar que a relação entre o Flamengo e a Confederação Brasileira de Futebol não passa pelo seu melhor momento.
A CBF acatou os vetos de alguns clubes, que optaram por não liberar seus atletas já que os Jogos Olímpicos não são organizados pela FIFA - e, portanto, não representam uma competição oficial. Equipes como Real Madrid, Paris Saint-Germain e Palmeiras decidiram não liberar seus atletas e foram atendidos. O Rubro-Negro, no entanto, foi ignorado - e a convocação do atacante Pedro foi mantida.
O coordenador técnico da base da CBF, Branco, foi questionado em entrevista coletiva logo após o anúncio dos selecionáveis.
"A gente trabalha e sempre trabalhou nesse projeto visando a questão técnica. O Flamengo tem uma posição e a gente tecnicamente tem outra. O Pedro é um jogador importante no processo olímpico, no processo de Japão. Jogador que nos últimos dois jogos fez três gols. Jogador espetacular. Tem vontade enorme de defender o Brasil Nossa mentalidade é de escolher os melhores e o Pedro está entre os melhores jogadores do Brasil neste momento", afirmou.
Pivô de toda a discussão, o atacante Pedro causou polêmica entre os torcedores ao usar suas redes sociais para agradecer a convocação e se colocar à disposição da Amarelinha.
Problema antigo
A crise entre Flamengo e CBF não começou agora. As partes já travam uma batalha judicial por conta da Copa América - já que o Rubro-Negro deseja paralisar o Campeonato Brasileiro durante o torneio sul-americano.
Nesta quinta (17), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva rejeitou o pedido do clube da Gávea por unanimidade (9 votos a zero). O pedido, que já havia sido inicialmente recusado pelo presidente do STJD, Otávio Noronha, foi levado ao Pleno - onde o auditor José Perdiz votou contra e acabou acompanhado pelos outros votantes.
"Entendo que a medida deve ser desprovida. Pela legislação em vigor, as regras do atual campeonato foram debatidas e aprovadas por todos os clubes da Série A. Em todo ordenamento jurídico, compete à CBF a organização da competição. Se todas as regras foram aprovadas no conselho técnico, faz prevalecer a decisão que está em vigor: a realização das partidas e não suspensão do campeonato", concluiu.
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