Coluna
Brasileirão vem aí: Fla trava, Flu voa, Botafogo sonha e Vasco agoniza
Quatro grandes do Rio vivem momentos bem diferentes na temporada
Falta um mês para o Campeonato Brasileiro de 2022. Exatos 30 dias para o começo de um novo capítulo na história de nosso futebol. Mais 38 rodadas de alegrias, tristezas, euforia, desespero e muita emoção. Mas e os nossos cariocas, como estão se preparando para o torneio mais acirrado da temporada?
Apenas um mês e meio de temporada se passou. Muitos times ainda estão em formação, buscando reforços ou tentando encontrar o melhor padrão de jogo. Com a Copa do Mundo em novembro, nosso calendário, que já fica longe do ideal, será ainda mais espremido para comportar todos os eventos.
No entanto, mesmo com o pouco futebol disputado até aqui, é possível perceber que alguns clubes já saíram na frente. É o caso do Fluminense no Rio de Janeiro: com investimento em várias contratações de qualidade, o Tricolor, a todo vapor, venceu a Taça Guanabara e derrotou todos os rivais.
Flamengo
O caso do Rubro-Negro é bastante específico. A qualidade do elenco é indiscutível, mas a chegada do treinador português Paulo Sousa ainda não deu frutos. Embora tenha tido pouco tempo para implementar suas ideias, sabemos que o padrão brasileiro não demorará muito para cobrar desempenho e resultado.
A equipe da Gávea vem resolvendo na base da qualidade individual, mas deixou a desejar nos dois principais desafios de 2022 até aqui: a decisão da Supercopa do Brasil, perdendo para o Atlético-MG, e o principal clássico da Taça Guanabara, contra o Fluminense, na briga pela liderança do Cariocão.
O Flamengo certamente não passará aperto no Brasileirão, já que vem mantendo uma excelente base no elenco desde o título de 2019. No entanto, para se firmar na briga pelo título contra as principais equipes do país, como o Palmeiras e o próprio Galo, é preciso subir o sarrafo. Resta saber se Paulo estará à altura do desafio.
Fluminense
Como já dissemos, o Tricolor é o clube carioca em melhor situação na temporada até aqui. Campeão da Taça Guanabara, praticamente classificado à fase de grupos da Copa Libertadores - eliminou o Millonarios e venceu o Olimpia no jogo de ida) e com 12 vitórias consecutivas, prestes a igualar o seu recorde de 13.
As reformulação do elenco levaram o clube a um patamar acima, conseguindo inclusive formar equipes titular e reserva - ambas bastante competitivas. O técnico Abel Braga, muito questionado - inclusive por mim -, vem dando resultados dentro de campo com um futebol não vistoso, mas bem competitivo.
Resta saber até onde vai o embalo. Se a boa fase, liderada por Cano, Willian Bigode e Felipe Melo, vai ter força para chegar até o fim do ano. A equipe, embora muito qualificada, pode sofrer o peso da média de idade. Muitos dos principais nomes do grupo já não são mais tão jovens, e podem perder fôlego com a sequência cruel de partidas.
Botafogo
O Alvinegro vive um paradoxo. Enquanto celebra a euforia pelo acerto com o investidor bilionário John Textor, a torcida segue apreensiva pelo pouco tempo para a montagem de um elenco completamente novo. No Carioca, com juniores e algumas peças que não devem permanecer, o clube vem fazendo o básico.
Nem mesmo o técnico chegou a General Severiano. Apalavrado com o novo dono americano, o português Luis Castro segue comandando o Al-Duhail, do Catar, na reta final da Copa do Emir. Dentro de campo, o zagueiro Philipe Sampaio e o meia Lucas Piazon acabaram de ser anunciados.
Um mês pode ser pouquíssimo tempo para encaixar as peças e criar o entrosamento necessário, mas o fato é que o panorama seria bem pior caso não houvesse essa "pressa". A briga contra o rebaixamento seria cruel caso a SAF não tivesse dado certo - e é nisso que o Botafogo precisa se apegar.
Vasco
O Cruzmaltino é, de longe, o que mais preocupa no momento. Na disputa da Série B pela segunda temporada consecutiva, o clube não dá indícios de que o retorno à elite será um processo tranquilo. Sob o comando de Zé Ricardo, o time perdeu todos os clássicos e foi eliminado da Copa do Brasil pelo Juazeirense, da quarta divisão.
O clube, que também está em processo final de negociação para virar clube-empresa, ainda não tem verba suficiente para investir na montagem de um elenco mais forte. Nenê segue sendo o pilar de qualidade de um time que, apesar de totalmente renovado, manteve a qualidade duvidosa.
A única coisa certa desde já é que nem o Vasco e nem o seu torcedor mereciam estar nesta situação. Uma das principais instituições do futebol brasileiro, o Gigante da Colina precisa reagir e dar a volta por cima, saindo do marasmo em que se encontra já há algumas temporadas. A ver.
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