Esportes
Barcelona e Benfica empatam em duelo tático entre Xavi e Jorge Jesus
Em partida movimentada nesta terça-feira (23), Barcelona e Benfica firacam no 0 a 0, no Camp Nou, em partida válida pela penúltima rodada da fase de grupos da Champions League. Com um choque de propostas de jogo opostas, a ofensividade dos espanhóis e a retranca dos portugueses viram um gol anulado para cada lado.
A equipe blaugrana, sob comando do ídolo Xavi, começou ditando o ritmo do jogo. Em seu estilo clássico de bola no chão, o Barça tentava criar suas jogadas a partir do campo de defesa, utilizando as beiradas e buscando as tabelas ao melhor estilo "tiki-taka".
Apesar do visível nervosismo de uma equipe repleta de jovens, os experientes Sergio Busquets e Jordi Alba comandavam as ações. Foi assim que, aos 7, os espanhóis rodaram bem o jogo, pegando o sistema defensivo do Benfica bagunçado e finalizando com o garoto Demir. O goleiro Vlachodimos espalmou com a ponta dos dedos para evitar o gol.
Jogando com as linhas altas, o Barcelona teve nova oportunidade de abrir o placar, aos 11, ao pressionar a saída de bola do nervoso Benfica. Ronald Araújo fez ótima roubada de bola no campo de ataque e iniciou o contra-ataque. Ele tabelou com Gavi e recebeu pela direita, mas finalizou para fora, à direita da baliza.
O domínio dos donos da casa era amplo, embora não conseguissem transformar a posse de bola em muitas finalizações. Encurralado, o Benfica tentava puxar contra-ataques - mas erravam muitos passes e não ameaçavam a meta de Ter Stegen. O goleiro barcelonista era, até então, mero espectador do duelo.
O Barcelona quase saiu na frente aos 26. Em nova trama pela esquerda, Memphis Depay fez bonito lance individual e deixou no meio com Gavi. Ele abriu com Jordi Alba na esquerda e correu para a área para receber a devolução. Livre, ele mandou de canhota por cima do gol mais uma vez.
A pressão aumentou. Aos 28, em nova triangulação entre Depay, Alba e Gavi, o jovem recebeu novamente pela esquerda e soltou a bomba - desta vez acertando no alvo. O goleiro Vlachodimos fez mais uma boa intervenção, enquanto a defesa parou para pedir impedimento. O assistente não levantou a bandeira, sinalizando lance legal.
A primeira chance dos portugueses aconteceu aos 33 através da bola parada. Em escanteio cobrado por João Mário pela direita, Yaremchuk saltou de peixinho, livre, e cabeceou forte para grande defesa de Ter Stegen. No rebote, Rafa Silva tentou finalizar, mas a zaga cortou para escanteio.
Na sequência do lance, em novo tiro de canto, o zagueiro Otamendi ficou com a sobra e mandou uma bomba de canhota. A bola explodiu no travessão e entrou - mas o lance acabou invalidado pelo assistente. A alegação de que a bola fez a curva por fora do campo em um primeiro momento foi confirmada pelo árbitro de vídeo, anulando o gol dos visitantes.
Aos 42, Demir quase marcou um golaço no Camp Nou. Ao melhor estilo Messi, ele recebeu pela ponta direita e bateu de perna esquerda, com muito efeito, carimbando a divisória entre a trave e o travessão. Seria uma pintura, sem chances para o goleiro Vlachodimos. O lance, último de perigo na primeira etapa, serviu para levantar a torcida nas arquibancadas.
Segundo tempo
A equipe catalã voltou do vestiário com a mesma postura ofensiva. Cercando o Benfica no campo de ataque, no entanto, o Barça tinha dificuldades para encontrar os espaços para o último passe. Fechadinha, a equipe de Jorge Jesus conseguia "sofrer", como disse o treinador na coletiva pré-jogo.
Aos 11, em mais uma arrancada perigosa de Memphis Depay, o atacante invadiu a área pela esquerda, deixou um defensor no chão e, na hora da finalização, viu o zagueiro Otamendi chegar rasgando para evitar o gol. O VAR analisou o lance para um possível pênalti mas, apesar de um toque com a sola na coxa, acabou não marcando a infração.
O Benfica pouco encostava na bola. Quando conseguia recuperar a posse, tentava acelerar o jogo em busca dos contragolpes e acabava errando no último passe. O Barcelona, por sua vez, vacilava nas conclusões. Faltava algo. Faltava Lionel Messi, uma ausência que até agora ainda não se tornou natural.
A entrada de Dembelé empurrou ainda mais os donos da casa ao ataque. Aos 21, em boa jogada do ponta, ele driblou a marcação e cruzou no primeiro pau para Frenkie de Jong cabecear firme. Mais uma vez, Vlachodimos salva o Benfica ao espalmar para escanteio. Inflamada, a torcida passou a empurrar ainda mais em busca de um gol na reta final.
Em mais uma arrancada de Dembelé pela direita, ele cruzou forte e alto na segunda trave, mas Gilberto chegou para cortar para escanteio aos 37. Na cobrança de escanteio, o Barcelona voltou o jogo até a intermediária, rodou a bola até chegar em Jordi Alba, que cruzou certeiro para Araujo, no segundo pau, marcar de cabeça. O bandeirinha hesitou, mas marcou o impedimento do lateral-direito - confirmado posteriormente pelo VAR.
Na última oportunidade clara de gol do Barcelona, aos 45 do segundo tempo, Dembelé disparou pela esquerda e foi desarmado por Otamendi, no mano a mano, jogando pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio, Memphis Depay encontrou o zagueiro Piqué, que subiu mais que todo mundo e cabeceou à direita do gol.
Antes do apito final, o Benfica teve a bola do jogo. Aos 48, com todo o time do Barcelona no campo de ataque, os visitantes partiram com dois contra um no contragolpe. Darwin Núñez disparou desde o campo de defesa e deixou para Seferovic, completamente sozinho, frente a frente com Ter Stegen. O atacante driblou o goleiro e, apenas com um zagueiro cobrindo o gol, chutou para fora e perdeu chance inacreditável.
As duas equipes foram bem em suas propostas de jogo num interessante duelo tático entre os técnicos Xavi e Jorge Jesus, mas pecaram no principal. Enquanto o Barcelona pressionou o jogo todo com boas tramas ofensivas mas não conseguiu concluir com eficiência, o Benfica se defendeu bem mas não teve força para puxar os contra-ataques.
O empate, no entanto, é mais interessante para os visitantes em termos de classificação. Isto porque, na última rodada, o Benfica recebe o já eliminado Dínamo de Kiev; já o Barcelona visita o já classificado Bayern de Munique e precisa vencer para se garantir nas oitavas de final da Liga dos Campeões sem depender de outros resultados. Já os portugueses precisam vencer e torcer por um tropeço dos espanhóis para irem ao mata-mata.
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