Entretenimento
Morre no Rio o sambista Nelson Sargento por complicações da Covid-19
Publicada às 11h52. Atualizada às 13h23
Morreu na manhã desta quinta-feira (27) o sambista Nelson Sargento, aos 96 anos, por complicações da Covid-19. O sambista deu entrada no Instituto Nacional do Câncer (Inca) no último dia 20 com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar na unidade, foi realizado o teste de Covid-19, que apontou positivo. O paciente então estava sob os cuidados do instituto na Unidade de Terapia Intensiva desde o último sábado (22).
Nelson ainda havia apresentado uma piora no padrão ventilatório e hipertensão, além disso respirava com auxílio de máscara de oxigênio. O sambista já havia sido imunizado com as duas doses, a segunda ele recebeu em casa, no dia 26 de fevereiro.
Nelson Sargento era paciente do Inca desde 2005, quando foi diagnosticado e tratado câncer de próstata.
Nelson Sargento é um dos nomes grandes do samba e brilhou na MPB. Ele foi cantor, compositor, pesquisador, ator, artista plástico e escritor. Eterno amante das escolas de samba, Nelson era presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira e, por onde andava, quase sempre vestia as cores da escola do coração.
Nas redes sociais, a Mangueira se pronunciou sobre a morte do sambista, exaltando importância do mangueirense para a Verde e Rosa.
"Sua partida deixará saudades em todos os amantes do samba e da cultura brasileira. A semente plantada por ele rendeu frutos que estarão eternizados junto à certeza de que “O samba agoniza, mas não morre” jamais. Vai amigo Nelson, com seu jeito fino e elegante, se juntar a Cartola, Nelson, Jamelão e outros bambas, fazer uma roda de samba e olhar por nós. A Estação Primeira de Mangueira agradece por tudo", disse em nota.
Ainda na adolescência, Nelson se apaixonou pela música e passou a escrever sambas-enredo ao lado de Alfredo Português. Dono de inúmeras letras marcantes, o compositor tem entre os sucessos o samba-enredo "Primavera", popularmente conhecido como "As quatro estações" e as canções "Agoniza, mas não morre", gravada por Beth Carvalho e "Acabou meu sossego".
Vascaíno, o baluarte recebeu homenagem do clube da colina após seu falecimento.
Em nota, o governador do estado, Cláudio Castro, lamentou a morte de um dos maiores ícones do samba carioca.
"O samba e o Rio de Janeiro perderam hoje um de seus ícones. Cantor, compositor e artista plástico, Nelson Sargento deixou uma obra marcante, principalmente enaltecendo a sua querida Estação Primeira de Mangueira. Minha solidariedade a familiares, amigos e seus muitos admiradores, como também a todos que perderam pessoas queridas nesta pandemia", diz o comunicado.
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