Música
Mãe de Gloria Groove estreia show em homenagem a Gal Costa
Gina Garcia é ex-backing vocal do grupo Raça Negra
A mãe da cantora Gloria Groove, Gina Garcia, que já foi backing vocal do Raça Negra, lança um tributo emocionante a uma das maiores vozes da música brasileira.
Gal Costa, diva da MPB que morreu em novembro do ano passado, será homenageada em um show inédito. Levando os maiores sucessos e uma interpretação emocionante, a apresentação acontece no dia 3 de maio, no Teatro Claro, em São Paulo.
Montei um show contando a minha história permeada pelas músicas da Gal, porque foi assim a minha vida como cantora
A discografia de Gal permeou a trajetória de Gina Garcia na música, iniciada em 1987 em algumas das principais casas de shows de São Paulo.
"Ela é uma das minhas divas e seu timbre é maravilhoso! Ela é bem mais aguda do que eu. Sou mezzo-soprano, acredito que a Gal era soprano mesmo. Ela me influencia demais. Não há música dela que não mexa comigo", afirma a cantora.
O tributo começou a ganhar forma no início de 2019, durante um papo de Gina com o músico Edu Camargo. A intérprete reuniu profissionais para formar banda e equipe até gravar o primeiro teaser do projeto, em dezembro daquele ano.
Em razão da morte da artista baiana, o show se transformou em uma homenagem póstuma. Mais de 40 pessoas se envolveram direta e indiretamente na produção do espetáculo.
"Trago os grandes sucessos da Gal, os melhores boleros, os maiores frevos, os sambas que ela interpretou pela vida, além de músicas como Chuva de Prata, Nada Mais, Nuvem Negra, tanta coisa bonita que ela gravou, e as que vão até o fundinho do coração. Montei um show contando a minha história permeada pelas músicas da Gal, porque foi assim a minha vida como cantora na noite até começar a carreira de backing vocal", explica Gina.
A cantora conheceu Gal em 1995 no camarim do show "Mina D’água do Meu Canto" e o encontro permanece vivo em sua memória.
"Conversamos bastante, Gal me perguntou sobre um músico, guitarrista excepcional que trabalhou com ela. Lanny Gordin, na era Tropicalista, eu trabalhava com ele no Star Dust na época, mas esse papo foi surreal pra mim, a Diva Gal conversando comigo, inesquecível! Fiquei abismada com a perfeição do som que ouvi nesse show, porque realmente tive a sensação de estar ouvindo o CD de tão perfeita a afinação dela e da Banda. Essa produção e direção era do maravilhoso Jaques Morelembaum. A única foto que tenho com a Gal é desse dia, que consegui ir ao camarim e ela gentilmente autografou os meus discos".
O tributo a Gal Costa deverá percorrer as principais capitais brasileiras, mas Gina Garcia também pretende se apresentar fora do Brasil.
"Ela ficou famosa no exterior por causa de Tom Jobim e de tudo o que ela gravou. É muito respeitada na Europa e nos Estados Unidos, aliás tem seu nome no Hall da fama do Carnegie Hall, por ser a brasileira que mais se apresentou por lá. Esperamos que esse show dure o tempo necessário para que possamos levar esse espetáculo onde tenham saudades de ouvir as canções da nossa Diva Gal Costa", planeja.
Sobre Gina Garcia
Nascida no bairro da Água Rasa (Zona Leste de São Paulo), em 8 de junho de 1962, Gina Generoso Garcia cresceu em uma família completamente ligada às artes. A mãe foi bailarina e trabalhou no circo. O pai, pianista, era conhecido como Meninão na noite paulistana. Somam-se a eles o avô (acordeonista), a avó (poetisa) e o tio (ritmista). Desde criança, estimulada pelo pai, Gina soltava a voz e exercia seu dom. Aprendeu a primeira música aos 6 anos: "Madalena", composição de Ivan Lins sucesso na voz de Elis Regina. Na adolescência, participou de festivais em colégios e, aos 15 anos, ganhou o primeiro lugar com sua primeira composição solo.
A carreira como cantora teve início em janeiro de 1987, aos 24 anos, quando começou a cantar profissionalmente no Plataforma I, casa de shows na Avenida Paulista. Durante um ano, cantou no Terraço Itália, um dos edifícios-símbolo de São Paulo, e passou a ser requisitada por alguns dos principais hotéis e restaurantes da maior cidade do país. Gina integrou bandas de baile como Italian Music Show, Reveillón, Záccaro, Paiol e Band’Asa (Maestro Azevedo). Cursou canto popular com a professora Nancy Miranda e piano popular na Fundação das Artes de São Caetano do Sul (SP), até interromper os estudos para sua primeira viagem internacional ao Japão, em 1991, onde trabalhou durante seis meses.
De volta ao Brasil, recebeu convites para cantar em cruzeiros e, a partir de 1993, iniciou sua rica trajetória como backing vocal dos principais artistas nacionais e internacionais. Alguns deles: Gian & Giovani, Sandro & Gustavo, Roberta Miranda, Salgadinho, Les Paul Roque, Wayne Voghan, Victor Brooks, Dave Gordon, Mitch Winehouse, Elza Soares, Clifton Davis e Ted Mills. Entre 2004 a 2008, trabalhou em turnês da lenda Gloria Gaynor no Brasil, e o encontro de "GGs" foi uma das inspirações do filho da cantora, Daniel Garcia, para batizar Gloria Groove, drag queen mais ouvida do mundo! Gina já cantou nos dois álbuns de Gloria e dividiu os vocais na emocionante faixa "Incondicional", lançada em 2020, sobre o amor entre mãe e filho.
Como backing vocal da Banda Raça Negra, a cantora começou em 1993 e viajou por todo o Brasil, além de vários continentes. Seu passaporte tem carimbos de países como Japão, Estados Unidos, Portugal, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Angola. Neste ano, anunciou a sua saída como backing vocal para se dedicar à nova fase, após 29 anos.
Gina mantém ativa a banda Groove Machine, onde interpreta suas paixões musicais na MPB, black music, flashback (70’s, 80’s e 90’s), jazz e pop. Suas grandes inspirações também abrangem clássica, gospel, instrumental e nu-jazz. Simultaneamente, grava jingles e coro em DVDs, singles e vinhetas para rádios. Também trabalha com dublagem musical em estúdios como TV Group e Vox Mundi, em São Paulo.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!