Riscos
Por que não se deve entrar no mar à noite? Entenda
Afogamento em Niterói reacende o alerta dos bombeiros
Depois de um resgate difícil na noite do último sábado (16), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, o segundo sargento Leonardo Jandre Emilião, responsável pelo atendimento, explicou os riscos de entrar no mar à noite, como aconteceu na Praia de Piratininga.
Por conta do ocorrido, o Corpo de Bombeiros reforça aos banhistas a importância das medidas de segurança: não mergulhar à noite em nenhuma hipótese, pois não há guarda-vidas de serviço assim como o risco é muito maior, pois a visibilidade é zero para localizar um possível afogado e realizar o resgate.
Os salva-vidas já tinham encerrado o trabalho no posto da praia, quando foram acionados por populares sobre um afogamento no local. Para dificultar ainda mais o salvamento, o mar estava em ressaca, com ondas de cerca de dois metros. O resgate foi um sucesso e o homem ficou bem.
"Estava saindo do posto com o subtenente Aires (último posto da praia, próximo à Prainha) no horário da desativação (pôr do sol) e passando, como de costume, devagar pela orla de motinha elétrica olhando para o mar. Um senhor me chamou informando que uma pessoa havia entrado no mar lá na frente, na direção do posto na altura da Rua 09 (intermediário). Local onde teve o último óbito por afogamento de um jovem há uns dois anos, se não me engano. Foi quando avistei o afogado, agradeci e acelerei para o local", contou Leonardo Jandre.
Ainda segundo o sargento, o resgate não foi fácil.
"Passando pela arrebentação, a vítima afundou e não a encontrei mais. Fiquei procurando e apitando para os populares para ver se alguém localizava, pois o mar estava muito mexido. Foram uns 30 segundos de desespero por achar que ele havia afundado. Foi quando consegui avistá-lo. Colocou a cabeça para fora d’água por um momento. A onda havia levado ele mais para a beira da praia. Fui na sua direção e consegui segurá-lo, antes que as ondas o pegassem novamente. Naquele momento eu consegui até colocar os pés no chão, mas logo veio a série de ondas e ele estava muito mal", completou.
Por fim, o salvamento foi concluído com sucesso.
"A minha preocupação era não soltá-lo, pois ele iria afundar. Fiquei segurando ele lá fora por uns 25 minutos até que o companheiro soldado Bruno Lasse (chamado por um telefonema em casa) chegou e entrou para me ajudar. Permanecemos por mais uns 20 minutos até a chegada do jetski", finalizou o segundo sargento.
Por conta do caso, os bombeiros reforçaram as medidas de segurança: não mergulhar à noite, pois não há guarda-vidas de serviço assim como o risco é muito maior, pois a visibilidade é zero.
Não mergulhe no mar à noite
Em fevereiro o Corpo de Bombeiros chegou a produzir um vídeo com recomendações sobre os perigos de entrar no mar à noite. A corporação alerta para a redução de visibilidade à noite, o que dificulta enxergar perigos potenciais como:
- Ondas;
- Buracos;
- Rochas submersas;
- Objetos flutuantes;
- Animais marinhos, como águas-vivas ou peixes venenosos.
Segundo os bombeiros, no escuro não é possível ver as correntes de retorno, conhecidas como valas, responsáveis por grande parte dos afogamentos nas praias.
Além disso, há perda da dimensão de profundidade e distância, o que pode levar banhistas a se afastarem excessivamente da margem sem perceber.


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