Alimentação
Você olha os ingredientes do produto ao comprar? Pois deveria
Especialista oferece dicas para o consumidor na hora da compra
Todos os dias surgem novos produtos, receitas e alimentos que prometem uma vida mais saudável. Acontece que na hora da compra nem sempre estamos atentos ao que realmente o produto oferece, e por muitas vezes acabamos iludidos com alimentos recheados de ingredientes que mais prejudicam do que auxiliam na saúde.
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Para ajudar a identificar melhor os produtos na hora da compra, eu conversei com o nutricionista e especialista em emagrecimento e hipertrofia Paulo Peçanha. Ele revela dados importantes sobre alimentos e oferece dicas para você se dar bem!
Segundo Paulo, é muito comum o consumidor observar apenas as calorias e açucares dos alimentos:
A gente aprendeu a olhar as calorias do alimento, mas não é ensinado a olhar a qualidade nutricional. Tão importante quanto o valor energético, é o seu valor nutricional!”
Ainda segundo o nutricionista, a indústria lucra alto com produtos, justamente porque os consumidores não são ensinados sobre o que é de fato saudável.
“A indústria cria regras alimentares, que são propagadas por dietas da moda, e faz parecer que um produto passa a ser saudável apenas por retirar glúten, ou lactose, por exemplo! O que não é verdade!”
Mas como evitar adquirir produtos que não correspondem ao ofertado?
Paulo explica que a lista de ingredientes mostra a verdadeira face do produto.
Ler a lista é a melhor forma de escapar das pegadinhas escondidas!”
Geralmente a lista de ingredientes fica perto da tabela com os percentuais de açucares, gorduras e vitaminas. No entanto, são coisas bem diferentes.
O nutricionista lembra que as novas regras de rotulagem dos alimentos, em vigor desde outubro de 2022, ajudam o consumidor a fazer melhores escolhas e comparar diferentes marcas e produtos.
Menos é mais!
Na hora de comprar o alimento ou suplemento é importante conferir nos rótulos quais são os ingredientes processados relacionados ao produto vendido. E quanto menos processado for, mais natural ele será.
Para exemplificar, o especialista cita o iogurte, que deveria contar com apenas dois ingredientes: leite e fermento.
Mas nas prateleiras dos supermercados não é bem isso o que é apresentado. Com empresas produtoras que acabam se valendo da lei para lucrar mais, elas acabam oferecendo produtos que, em sua maioria, estão longe de serem saudáveis.
“Na mesma prateleira o consumidor encontra bebidas lácteas vendidas como iogurtes, mas que na verdade são produtos completamente diferentes! Por lei, bebidas lácteas só precisam ter 50% do total de ingredientes de leite (e soro de leite), a outra metade do produto é composta por gorduras vegetais, amido, corantes e conservantes. Para dar um falso aspecto de saudável, a indústria adiciona vitaminas e minerais, destacando essa informação no rótulo, e ocultando o restante da receita, o que pode ser prejudicial à saúde”, conlui o nutricionista.
Classificações
A recomendação do Ministério da Saúde é evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. Para facilitar, veja abaixo as diferentes classificações dos alimentos, segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira:
- Alimentos in natura: obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Exemplos: legumes, verduras, frutas, batata, mandioca e outras raízes e tubérculos;
- Alimentos minimamente processados: são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos: grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado;
- Ingredientes culinários: são os extraídos de alimentos in natura ou direto da natureza e utilizados como temperos, para cozinhar os alimentos e fazer as preparações culinárias. Exemplos: óleos, sal e açúcar;
- Processados: fabricados pela indústria, com a adição de sal ou açúcar e outros ingredientes a alimentos in natura para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. Exemplos: palmito e outros vegetais em conserva, sardinhas enlatadas, frutas em calda e queijos, pães feitos com farinha de trigo, leveduras, água e sal;
- Ultraprocessados: formulações industriais feitas com ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em casa (carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, adoçantes, entre outros). Exemplos: salgadinhos de pacote, refrigerantes e bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, biscoitos recheados e chocolate.
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